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Belo Horizonte,30/10/2025

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    Mensagens de Springsteen e dias difíceis: a preparação de Jeremy Allen White para viver o cantor no cinema

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    Mensagens de Springsteen e dias difíceis: a preparação de Jeremy Allen White para viver o cantor no cinema


    Jeremy Allen White, 34, brilhou para o mundo ao vestir o avental do chef Carmy Berzatto na série The Bear, que está na quarta temporada e lhe rendeu dois Emmy e três Globos de Ouro de melhor ator. O norte-americano, também destaque de Shameless (2011–2021), se lança agora em um novo desafio: dar vida no cinema a uma lenda da música, Bruce Springsteen. No longa Springsteen: Salve-me do Desconhecido, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (30), ele interpreta o roqueiro durante o lançamento de Nebraska (1982), seu álbum mais intimista e pessoal, que antecede o estrondoso Born in the USA. Para retratar a fase difícil do Boss, White contou com o apoio do próprio músico, que, aos 76 anos, acompanhou de perto sua cinebiografia.
    Confira nossa entrevista com o ator:
    Você cantou no filme e foi elogiado por Springsteen. Como se deu o preparo vocal?
    Tive cerca de seis meses para aprender a cantar e a tocar guitarra, contando com a ajuda de supervisores musicais como Dave Cobb, JD Simo e Eric Vetro. Foi intimidador, mas uma questão de dedicação. Encontrava o Eric quatro vezes por semana e o JD, de quatro a seis vezes. Não houve atalhos, só tempo e prática. No início, tentei soar como o Bruce, mas fiquei tão focado nisso que esqueci de me concentrar na história. Quando cantei com honestidade, deixei de lado a ideia de cantar perfeitamente e consegui me conectar à música do meu jeito. Passei horas treinando sozinho no carro, ouvindo as canções, e tive a sorte de gravar em um estúdio em Nashville. Nesse momento, senti pela primeira vez uma proximidade real com o Bruce.
    Como foi interpretar uma lenda musical que ainda está viva?
    Desafiador, porque sabia que ele estava assistindo e muito envolvido, algo ótimo para o filme, pois garantiu que contássemos a história com veracidade. Ao mesmo tempo, isso me confrontou como ator. Precisamos de um certo nível de ilusão para acreditar nas circunstâncias do personagem, algo difícil com Bruce por perto. Fiquei preocupado com seu julgamento. Com o tempo, sua presença se tornou natural e percebi que ele estava ali para me apoiar. Lembro de dias muito difíceis no set, em que mal tive forças para me levantar da cama, e sempre recebia uma mensagem dele à noite, comentando algo que havia notado — às vezes um detalhe, como um olhar, outras vezes algo maior, como cantar “Nebraska”.
    Ele chegou a dar algum conselho?
    O que mais me impressionou foi a pureza com que ele se relaciona com o mundo. Ele é acessível, honesto, humilde, não só comigo, mas com todos. Apenas passar um tempo com ele já foi um aprendizado. Lembro que perguntei sobre o ataque de pânico que sofreu quando estava tentando fugir dos problemas, dirigindo de Nova Jersey a Los Angeles. Quis entender como viveu aquilo. Ele descreveu a sensação de estar preso fora de si, como um observador da própria vida, sem conseguir se sentir presente. Eu me identifiquei, porque já havia passado por algo parecido. Isso ajudou a criar um elo entre nós. Foi um momento de virada para mim.
    O filme retrata um período específico da vida de Springsteen. O público precisa conhecer toda a sua carreira para se conectar?
    Acho que não. Os fãs vão gostar e descobrir algo novo, mas a intenção sempre foi contar uma história humana, a respeito de um jovem músico num momento de crise, buscando ajuda. É sobre isso antes de ser sobre a lenda Bruce Springsteen. Nesse sentido, seja você alguém que sempre amou o Bruce, um ouvinte casual ou até mesmo uma pessoa que nunca tenha ouvido falar dele (embora eu ache difícil não conhecê-lo), todos podem assistir ao filme e tirar algo dele.
    Você se acha parecido com ele de alguma forma?
    No começo, não via semelhanças. Pensava: “O que poderia ter em comum com esse ícone do rock?”. Então, ele me contou sobre sua crise de pânico e disse que tinha a sensação de só se conectar plenamente em cima do palco, cerca de três horas por dia. E se perguntava: “O que fazer nas outras 21 horas?”. Eu senti algo parecido com a atuação quando jovem: uma sensação de foco, paz e conexão que não conhecia antes.
    Se pudesse escolher outro artista para interpretar, quem seria e por quê?
    Talvez alguém dos anos 50 ou 60, especialmente do soul. Gosto muito dessa época, cheia de emoção nas vozes. Talvez alguém como Buddy Holly.
    Como lida com o fato de interpretar papéis tão marcantes? O público confunde você com eles?
    Acredito que sim, especialmente porque passei muitos anos em séries. Há algo de íntimo em estar na televisão e entrar na sala das pessoas. Mas não me preocupo muito com isso; eu me sinto sortudo por ver que o público se conecta tanto com os personagens.




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