Novo remédio sem hormônios promete aliviar calores da menopausa

Depois de anos sem grandes novidades na área, uma nova medicação está chegando como um sopro de alívio para mulheres que sofrem com sintomas da menopausa. O Lynkuet, recém-aprovado pelo FDA (a agência reguladora dos Estados Unidos), promete amenizar os calores intensos e os suores noturnos. E, a cereja do bolo: sem o uso de hormônios.
Desenvolvido pela Bayer, o medicamento tem como princípio ativo o elinzanetant e representa um avanço importante, pois atua de forma diferente das terapias hormonais tradicionais. Em vez de repor estrogênio, o Lynkuet age diretamente no centro de controle da temperatura corporal do cérebro, o hipotálamo. Quando os níveis hormonais caem, durante a menopausa, ocorre uma desregulação nesse sistema — e é isso que causa os fogachos.
O elinzanetant bloqueia os receptores responsáveis por ativar neurônios que ficam hiperativos com a queda do estrogênio, fazendo o corpo reagir como se estivesse superaquecido. Ao reduzir essa hiperatividade, a medicação ajuda a restaurar o equilíbrio térmico — diminuindo a frequência e a intensidade dos calores.
Os estudos clínicos que embasaram a aprovação do Lynkuet envolveram mais de 1.400 mulheres entre 40 e 65 anos. Os resultados foram consistentes: já nas primeiras quatro a doze semanas, as pacientes relataram redução significativa dos fogachos e melhora na qualidade do sono.
A chegada de um tratamento não hormonal é especialmente relevante porque muitas mulheres não podem ou preferem não recorrer à terapia hormonal — seja por histórico de câncer, risco cardiovascular ou por uma decisão pessoal. Até agora, as opções realmente eficazes para os calores eram, em sua maioria, baseadas em estrogênio, o que deixava parte das pacientes sem alternativas.
Com lançamento nos Estados Unidos previsto para o mês de novembro, ainda não há uma data oficial para a chegada do Lynkuet no Brasil. Depois de tantos anos com a menopausa sendo tratada com silêncio ou resignação, é um alívio ver que a ciência começa a devolver às mulheres o direito de viver essa fase com autonomia, conforto e dignidade.





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