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Belo Horizonte,29/10/2025

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    Zezé Duarte

    Cleusa Santos, a "Cleusa do Ônibus", tornou-se um símbolo de esperança e ação em Belo Horizonte.

    Pioneira no país, ela percorre 32 linhas de ônibus mensalmente, oferecendo orientação e apoio a mulheres. Através de palestras solidárias, panfletagem e acompanhamento em denúncias, Cleusa inspira e capacita vítimas de violência a romperem o silêncio.

    Cleusa Santos /Foto: Arquivo Pessoal
    Cleusa Santos, a Cleusa Santos

    Olá, sou a Zezé Duarte e gostaria de compartilhar com vocês a história de superação de Cleusa Santos, a "Cleusa do Ônibus", que tornou-se um símbolo de esperança e ação em Belo Horizonte.

    Pioneira no país, ela percorre 32 linhas de ônibus mensalmente, oferecendo orientação e apoio a mulheres. Através de palestras solidárias, panfletagem e acompanhamento em denúncias, Cleusa inspira e capacita vítimas de violência a romperem o silêncio, transformando dor em força e solidariedade.

    Ela nos contou a sua história:

    "No meu último dia de faculdade do curso de Publicidade e Propaganda, na saída da faculdade, fui vítima de um psicopata no ponto de ônibus. Eu estava sozinha esperando ônibus e ele me levou atrás de uma igreja na região central de Belo Horizonte. Naquele local ele cometeu o ato de violência e  quando uma moradora de rua chegou com a polícia, o abusador foi  preso e o policial me levou ao Hospital João XXIII para tomar o coquetel anti-HIV.

    Diante de tudo isso,  minha vida se transformou. Fui ao fundo do poço, psicologicamente, perdi meu casamento, queria morrer dentro de três meses de tratamento psicológico.

    Um dia,  desci do ônibus lá na Praça Sete e não sabia onde eu estava mais. Fiquei dois dias na rua sem saber onde eu estava e minha família atrás. Acionaram a polícia, os policiais me procuraram e me encontraram. Quando eu acordei com a mão de um policial falando meu nome, eu assustei. Nesses dois dias perdida na rua, não sei o que que eu comi, se eu comi lixo, não sei. Só sei que daí em diante eu pedi à Deus pra que mudasse a minha vida e se ele mudasse, eu ia me dedicar às mulheres vítimas de violência e aos moradores de rua.

    Hoje, eu tenho um projeto que é o BH Solidário, onde eu dou café nas madrugadas e falo sobre a violência contra a mulher dentro dos coletivos e nas Comunidades onde sou convidada a palestrar. 

    Se a mulher precisar eu vou à delegacia junto com ela. Ela não está só, eu dou todo o meu apoio durante a panfletagem com toda a orientação para a mulher observar se ela está sendo vítima de violência. Então, nós estamos aí lutando. Preciso de parceiros para nos ajudar.

    Hoje, sou uma mulher curada e luto pra ajudar outras mulheres, falando dentro dos coletivos, trinta e duas linhas por mês, orientando as mulheres, ensinando sinais ou pra quem já sabe, lembrando que tem um sinal de pedido de ajuda. Digo que ela não está sozinha e eu não julgo.

    Hoje, sou aluna de Psicologia e estou fazendo este curso para ajudar outras mulheres. Na parte psicológica, faço o meu melhor sem receber nada por isso, o meu lucro é que as mulheres denunciem  para não deixar acontecer com outras mulheres como aconteceu comigo."




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