Michelle Obama está se preparando para o lançamento de seu novo livro, "The Look", e falou sobre seu período como primeira-dama dos Estados Unidos em entrevista à revista People.
"A cada década, me tornei mais sábia. Acho que me tornei mais confiante sobre quem eu sou. Esta versão de Michelle provavelmente se importa menos com o que os outros pensam", declarou ela os 61 anos.
"The Look" vai ser lançado no próximo dia 4 de novembro e aborda sua trajetória sob os olhos do público mundial. O título, que foi coescrito com Meredith Koop, sua estilista de longa data, conta como a mulher do primeiro presidente negro dos Estados Unidos se vestiu para ocupar o cargo e todas as consequências positivas e negativas.
"Eu propositalmente não falei sobre moda e beleza durante os oito anos que passei na Casa Branca. Tinha medo de que isso tomasse conta de tudo", afirmou ela, que sentiu que era a hora de falar sobre o assunto após quase uma década que Barack Obama deixou a presidência.
A respeito de sua autoconfiança, Michelle declarou: "Sendo uma garota alta, tenho 1,80 m, e meu pai [Fraser Robinson] era muito claro sobre ficar em pé e assumir minha altura. Era como: 'Você não se curva. Você é alta, você é bonita.' Acho que começou aí. Continuo trabalhando, todos os dias, acordando, olhando no espelho e dizendo a mim mesma que sou inteligente e bonita, gentil e digna. Não acho que esse trabalho pare para as mulheres, principalmente as mulheres negras, porque às vezes nem sempre ouvimos isso de volta. As mulheres de hoje, estamos enfrentando um momento em que pessoas com poder estão tentando silenciar as vozes das pessoas com quem discordam. E acho que agora, mais do que nunca, é um momento em que temos que lutar para nos lembrar de que importamos, que contamos".
Michelle e Barack se conheceram quando ele era um advogado influente e ela falou sobre seu visual favorito na época. "Tenho certeza de que era algum tipo de terno poderoso dos anos 80. Você tinha que aparecer no seu escritório de advocacia de uniforme: um terno com ombros muito, muito largos, uma blusa meio feminina e meia-calça, o que eu detestava. Agora que mencionei, não sei o que ele viu. [Risos] Eu pensei: 'Isso não parece muito sexy. Eram os anos 80', confessou.
Michelle Obama primeira posse
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Ao entrar na Casa Branca, havia uma sensação de precisar de um uniforme e ela lidou com isso entendendo sua função como primeira-dama. "Eu simplesmente entendi a tarefa. Era uma tarefa complicada. O papel de primeira-dama é um tipo de trabalho, não um trabalho. Você sabe que deve ser inspiradora, mas acessível. Você deve ser única, autêntica, mas representativa ao mesmo tempo. E como uma mulher negra, eu senti que tinha que garantir que as pessoas pudessem ver o meu lado feminino", iniciou.
"Especialmente no início da campanha, quando eu estava sendo atacada por ser raivosa, uma megera, que menosprezava meu marido, todos esses rótulos estavam vindo sobre mim que estavam essencialmente tentando me roubar aquela feminilidade. Eu entendi isso, entrando nisso. E não senti que fosse uma luta fazer isso, porque, em primeiro lugar, eu respeitava a posição. Eu levava o papel de primeira-dama muito a sério. Eu era uma pessoa famosa, mas não era uma estrela. E isso significava que as roupas nunca poderiam falar mais alto do que qualquer coisa que eu tivesse a dizer", completou.
As escolhas de estilo de Michelle tiveram um grande impacto, mas ela diz não ter prestado atenção quando as peças esgotavam rapidamente. "Eu não queria cair naquela toca do coelho de ouvir os comentários dos outros sobre o meu físico, fossem eles bons ou ruins. Mas eu gostava do fato de que, em retrospectiva, as pessoas se identificavam com o que eu estava vestindo. Porque se eu usasse algo e pudesse esgotar, isso significava que a maioria das mulheres poderia comprar. E eu achava isso uma coisa boa. Eu queria que o povo da América, todas as pessoas de todas as raças, de todas as convicções políticas, pudessem se conectar comigo", afirmou.
Ela recebeu críticas, principalmente no início da sua caminhada como primeira-dama, por usar com frequência vestidos e blusas sem mangas, o que era tradicionalmente incomum para seu papel. Michelle falou sobre como lidou com as críticas na época: "Eu aceitei como o que era: pura hipocrisia. Eu podia abrir fotos da Jackie O em um segundo e ver esse ícone da moda em vestidos sem mangas como primeira-dama. Então, chega um momento em que você pensa: 'Ah, isso é política. Se você não pode vencê-los, deixe todo mundo com medo deles'. Esse era o lema. Se não eram as roupas, era 'aquela batida de punho terrorista'. Era cada palavra que dizíamos. Era o terno bege do meu marido".
Michelle Obama e Barack Obama na posse do ex-presidente dos EUA em 2010
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