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Belo Horizonte,30/10/2025

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    Por que mulheres da Gen X não conseguem parar de comer ultraprocessados

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    Por que mulheres da Gen X não conseguem parar de comer ultraprocessados


    Uma nova pesquisa da Universidade de Michigan, publicado na revista científica Addiction, revela que 21% das mulheres da Geração X atendem aos critérios clínicos de dependência de alimentos ultraprocessados, o dobro da taxa registrada entre gerações anteriores. E os pesquisadores ainda apontam: essas porcentagens superam as de vício em álcool e tabaco entre adultos mais velhos.
    A pesquisa utilizou a Escala de Dependência Alimentar de Yale, que aplica critérios semelhantes aos usados para diagnosticar dependências químicas. Só que, neste caso, a substância não é álcool ou nicotina, e sim alimentos ricos em açúcar, gordura, sal e aditivos — produtos ultraprocessados que ativam o sistema de recompensa do cérebro.
    Mas de onde vem essa obessão?
    A geração da “comida de dieta”
    Por mais que a gente já saiba as roubadas que existem embaladas em rótulos com promessas de “saudável", “zero calorias”, etc…, continua difícil resistir a certos apelos. Ainda mais se você está na faixa dos 50 anos, turma que viveu o “boom” da cultura das dietas: Dieta de Beverly Hills e da Lua, nos anos 80. A Dieta de Atkins, de Dukan, de South Beach..., nos anos 90.
    Junto a isso, a indústria de alimentos da época surfou a onda e inundou os supermercados com produtos apresentados em campanhas sedutoras de marketing, avisando que bolachas “light”, iogurtes “sem gordura” e “refrigerante zero” eram aliados da boa forma.
    Mas agora, aos 50 e 60 anos, muitas de nós está percebendo que o legado daquela era “zero gordura” pode ter deixado marcas profundas — no nosso corpo e no cérebro.

    “Esses alimentos foram projetados para fisgar o cérebro”, explica Ashley Gearhardt, professora de psicologia da Universidade de Michigan e autora sênior do estudo. “E, nas décadas de 1980 e 1990, o marketing foi especialmente agressivo com as mulheres, promovendo produtos ‘diet’ que, na prática, reforçaram padrões alimentares viciantes.”
    “Vendidos com aparência de saúde — ricos em proteína, fibras ou com poucas calorias — os alimentos ultraprocessados podem ser especialmente perigosos para quem tenta controlar o peso”, alerta Gearhardt. “Eles vendem uma promessa de bem-estar, mas mantêm o cérebro preso no ciclo de recompensa. E isso afeta principalmente as mulheres, pressionadas socialmente a controlar o peso e manter a aparência.”
    O silencioso elo entre vício, autoestima e isolamento
    Os dados da pesquisa também revelam forte correlação entre o vício em ultraprocessados, pior saúde mental e sensação de isolamento. Mulheres que se consideravam acima do peso apresentaram 11 vezes mais chances de se enquadrar nos critérios de dependência alimentar. Entre as que relataram saúde mental regular ou ruim, o risco triplicou.
    A armadilha é silenciosa, e vem como culpa, compulsão e frustração, que alimentam uma espiral emocional difícil de romper. O pior? Muitas vezes isso é confundido com falta de disciplina, quando o que existe, na verdade, é um desequilíbrio químico e emocional real.
    Segundo os pesquisadores, esse tipo de alimentação pode ter reprogramado o cérebro para buscar prazer rápido e constante, criando uma janela de vulnerabilidade ao vício alimentar. “Essas mulheres foram expostas a alimentos ultraprocessados desde muito jovens”, diz Gearhardt. “E, agora, enfrentam os efeitos disso em uma fase em que o metabolismo e os hormônios estão em transformação.”
    O perigo continua
    Os cientistas também fazem um alerta preocupante: apesar dos avanços nas informações, as gerações mais jovens seguem sendo expostas a esse tipo de dieta — e em maior grau, acredite! Crianças e adolescentes de hoje consomem proporções muito maiores de ultraprocessados do que os adultos da Geração X na juventude. “Se nada mudar, veremos taxas ainda mais altas de vício alimentar no futuro”, adverte Gearhardt. “Assim como acontece com outras dependências, intervir cedo é essencial.”
    Mais do que nunca, é urgente adotar estratégias que levem a uma alimentação consciente e campanhas para redução gradual do consumo de ultraprocessados. O objetivo, segundo os estudiosos, é ajudar a reconectar o corpo e o cérebro a uma sensação real de prazer e saciedade. preciso resgatar a velha e boa alimentação de verdade. Sem diets, lighst, zeros.




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