Sob o sol dourado do Centro-Oeste, entre fazendas monumentais e festas onde o luxo se confunde com a tradição, seis mulheres revelam um Brasil que poucos conhecem – poderoso, feminino e profundamente enraizado. Em Poderosas do Cerrado, nova produção do Globoplay e do GNT, a elegância encontra a força do campo em uma narrativa que celebra o protagonismo de uma elite que dita tendências muito além da capital goiana. De joias cintilantes a negócios milionários, o doc-reality percorre os contrastes de um estilo de vida que transita entre glamour e empoderamento.
Dos eventos sociais mais badalados de Goiânia aos silêncios vastos das fazendas, a pecuarista Roseli Tavares, as empresárias Andréa Mota, Cristal e Tana Lobo, Thaily Semensato e a influenciadora Layla Monteiro são os rostos dessa elite que redefine o significado de sucesso no coração do país. Suas rotinas oscilam entre o campo e a cidade, o trabalho e a família, a ostentação e a autenticidade. Com humor, emoção e uma dose de drama, o projeto retrata como essas protagonistas constroem impérios sem abrir mão de suas raízes, revelando um Cerrado contemporâneo. Elas também traduzem o novo luxo brasileiro, síntese de herança e poder.
Andrea Mota
Maurício Fidalgo / GNT
“Aceitei o convite porque senti que era o momento de mostrar quem eu realmente sou. Durante muitos anos, as pessoas me viram apenas como a viúva do Leandro [cantor], mas existe uma Andréa muito além disso, uma mulher que sofreu, superou e reconstruiu sua história”, conta a empresária Andréa Motta, dona de fazenda, imóveis e empresa de envasamento. À frente de cinco fazendas de gado, Roseli Tavares diz que, no início, ficou desconfiada, mas quando entendeu a proposta do doc-reality gostou do desafio. “Quis mostrar minha vida na fazenda e nas viagens, sendo mãe e avó. E quis também mostrar como a vida no [jeito] simples é maravilhosa!”.
Rosely Tavares
Maurício Fidalgo / GNT
Segundo o diretor Rico Perez, o objetivo é mergulhar na forma como essas mulheres percebem o poder, a vida que levam, a relação com o dinheiro e como o utilizam para conquistar seus desejos. “Buscamos capturar a intimidade, quase que colocando o espectador como um morador escondido dentro da casa e da vida de cada uma delas”, explica ele, que atuou ao lado do roteirista Ed Cruz e da produtora Boxfish. Serão dez episódios no Globoplay, lançados em três levas: três nesta quarta-feira (29.10), quatro em 5 de novembro e os três finais em 12 de novembro. No GNT, a exibição será às segundas e quintas, às 21h45, a partir do dia 30 de outubro.
Thaily Semensato
Maurício Fidalgo / GNT
“Procurei mostrar de forma verdadeira quem eu sou e como é a minha rotina. Sem filtros, com transparência e autenticidade, claro que com um pequeno toque de acidez também (risos). Esse projeto acabou se tornando uma forma de deixar registrada a minha história, um legado que ficou mais bonito do que eu imaginava. Quero que meus filhos, netos e até bisnetos vejam um dia e se orgulhem”, reflete Thaily Semensato, empresária e cofundadora da Casa da Bebida, a maior distribuidora online de destilados do país. Natural do Paraná, viu a vida mudar ao se estabelecer em Goiânia. Já a influenciadora Layla Monteiro, com mais de 1 milhão de seguidores e nascida no interior de Goiás, revela que conquistou seu espaço com trabalho e autenticidade, mantendo sua essência. “Acredito que isso me torna, sim, uma poderosa”, sentencia.
Layla Monteiro
Maurício Fidalgo / GNT
A empresária, Tana Lobo compartilha da mesma visão. “Para mim, ser poderosa é ter atitude, saber o que quer e seguir com firmeza, mesmo quando o caminho não é fácil. É ter raízes fortes, continuar crescendo e fazer tudo com coragem e amor pelo que faz”, comenta. Irmã de Cristal Lobo, juntas estão entre os nomes mais disputados no circuito de festas do país. Há fila de espera para contratar a empresa delas, a Vero. “Temos eventos programados inclusive fora do país, mas quis mostrar o nosso dia a dia, as tradições, os hábitos que vivemos em Goiás, nossa cultura tão forte em Pirenópolis, com as cavalhadas, a vida nas fazendas, no campo. Os laços familiares ainda se mantêm muito fortes em Goiás”, contextualiza Cristal. Ela destaca a importância de equilibrar desafios como momentos de lazer, viagens e tempo em família, além de priorizar uma rotina saudável, com esporte e autocuidado. “Eu falo ‘não’ para o ‘não’”, afirma.

Tana Lobo
Maurício Fidalgo / GNT
Roseli enfatiza que Goiás também é sinônimo de negócios. “O estado tem experimentado um grande crescimento econômico e desenvolvimento impulsionado por vários fatores, incluindo o agronegócio, com a modernização agrícola e aumento da produtividade em grãos como soja e milho e a diversificação industrial – alimentícia, mineradora, farmacêutica e automobilística.” Ela ressalta a localização estratégica, com polos logístico e rodoviário que facilitam o transporte e escoamento da produção. “Esses fatores têm contribuído para um aumento expressivo de renda, tornando Goiânia um símbolo de luxo e poder”, analisa.
Cristal Lobo
Maurício Fidalgo / GNT
“A cultura goiana é de fazer tudo do bom e do melhor. O goiano é ao receber, ao se vestir. As goianas são conhecidas pela vaidade. Gostamos de coisa boa, em tudo, não só em moda, em estética. Acho que esses hábitos unidos ao potencial econômico tornaram Goiânia nesse centro de luxo. Hoje, o mundo todo conhece Goiânia por esse lado”, acrescenta Cristal. Na mesma linha, Thaily observa que Goiânia deixou de ser apenas a capital sertaneja para se tornar a capital das grandes oportunidades.
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Vivendo rodeadas de grifes famosas e experiências sofisticadas, as seis participantes concordam que o luxo vai além dos bens materiais. “Acima de tudo, é viver cercada de amor”, diz Andrea. “É ser verdadeiro e poder estar com sua família, é ter saúde”, acrescenta Layla. Roseli faz coro: “Luxo, para mim, é ter fé em Deus, saúde, família e amigos. Rico, o diretor, revela que o que mais o entusiasma no programa é a possibilidade de humanizar essas personagens e mostrar que, por trás de poder e o dinheiro, há conflitos familiares, inseguranças e vulnerabilidades que existem em qualquer classe social e canto do Brasil.
De acordo o diretor, o doc-reality é o subgênero mais fluido do reality show, pois se ancora na vida real de seus personagens, sem eliminações ou confinamentos. “Nosso desenho de trabalho é observar a vida dessas mulheres, o que acontece no cotidiano, o que é marcante no período da gravação e, partir disso, mapear o caminho da história”, explica. Segundo ele, foram promovidos encontros pontuais entre as seis protagonistas para que suas trajetórias se cruzassem. “O produto está muito legal, divertido e curioso. Falamos de moda, luxo, gastronomia, viagens e, além disso, de família, relações humanas, amizade, empoderamento feminino sob uma perspectiva diferente e única.”