Com a chegada do outono, há um crescimento na procura por atendimento infantil nos hospitais brasileiros devido a doenças respiratórias. Comuns nesta época do ano, as frentes frias e o ar seco favorecem a circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por infecções respiratórias em crianças pequenas, como bronquiolite e pneumonia.

A permanência em ambientes fechados também contribui para uma maior proliferação dos vírus. É essencial que os pais tenham atenção redobrada nessa época, já que o VSR é o principal vírus associado à síndrome respiratória aguda grave (Srag) em crianças.

“As infecções respiratórias podem se manifestar como bronquiolite, pneumonia viral, pneumonia bacteriana ou quadros mais leves de infecções das vias aéreas superiores”, explica o pediatra Werther Brunow de Carvalho, do Hospital Santa Catarina Paulista, em São Paulo.

Pela imaturidade imunológica e o menor contato com vírus pela pouca idade, o VSR costuma atingir mais as crianças, especialmente bebês e crianças pequenas. Os pulmões dos pequenos são mais sensíveis à inflamação causada pelo vírus.

Sinais de alerta do VSR

• Os primeiros sintomas do VSR começam leves e são semelhantes aos de um resfriado comum, como tosse, obstrução nasal, coriza e, alguns casos, chiado no peito.


• Outros sinais que exigem atenção incluem: febre, dificuldade para se alimentar e, em bebês com menos de seis meses, risco de apneia.


• Em geral, os indicativos duram entre três a 15 dias.


• Por serem sintomas comuns, é essencial procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto.


• Em caso de infecção, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomenda que crianças e adolescentes fiquem em casa e utilizem máscaras em ambientes fechados, como forma de conter a transmissão do vírus.

Como proteger as crianças

Para evitar o aparecimento de infecções respiratórias nos pequenos, é necessária a adoção de medidas simples e eficazes, como manter os ambientes sempre bem ventilados, reforçar a higiene das mãos, garantir a hidratação adequada das crianças e evitar mudanças bruscas de temperaturas.

Em fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Abrysvo contra o VSR no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para gestantes entre 24ª e a 36ª semana de gestação, permitindo que os anticorpos sejam transferidos para o bebê durante a gravidez.

Outra medida anunciada pela pasta foi a inclusão do anticorpo monoclonal nirsevimabe, tecnologia voltada para bebês prematuros e crianças com fatores de risco como cardiopatias graves, doenças pulmonares, fibrose cística e imunodeficiências. Ele é administrado em dose única e atua como um defensor da disseminação do agente infeccioso responsável pelo VSR.

Grupos de risco

Bebês com menos de seis meses de vida correm um risco maior de agravamento do quadro causado por infecções respiratórias. A situação é mais grave em nascidos prematuros, com cardiopatia congênita, displasia broncopulmonar (DBP) e outras doenças crônicas que atrapalham o sistema imunológico ou dificultam a eliminação das secreções.

“Essas crianças correm maior risco e os pais e profissionais de saúde devem estar muito atentos. Em caso de serem atingidas pelo vírus, elas têm mais chance de hospitalizar, de precisar de ventilação mecânica e de morrer”, explica a pediatra Luciana Monte, coordenadora da Pneumologia Pediátrica do Hospital da Criança de Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles.

Por isso, principlamente nessa situação, é importante manter o calendário vacinal atualizado, estimular bons hábitos alimentares e adotar a etiqueta respiratória, como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.

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