Heloisa Alves de Oliveira

Ausência
Pássaro

Ausência
Aquele pássaro ,solitário, viaja pelos céus.
Em algumas montanhas, ele pousa pensativo.
Sente a brisa em seu corpo.
Às vezes, quando em contato com humanos,
Sua censura, julgamento, punição...
Sua ou suas falhas poderiam levá-lo ao banimento eterno.
Ao pisar na grama macia
O pássaro sente o afeto que desconhece.
O pássaro sorri sendo companheiro.
Solta suas asas , salta para mais um vôo.
Banha-se de chuva e nuvens, abraço
Que é seu tudo ,no silêncio de sua alma, pássaro.
Sente sede, encontra-se com as águas do mar.
Queria água doce, mas,
Sal é o que o pássaro encontra naquelas belas e velhas águas.
A essência que há no seu existir é esta nada mais.
Assume a ausência, não sabe se é dor ou alegria.
Sabe ser culpa sua , volta suas asas sobre si.
Esconde-se na incompreensão.
Surras do tempo. Voa sorrindo, segue amando.
O pássaro não pode , não sabe falhar.
Fica feio, desorientado , perde tempo.
É obtuso para o vento.
Por mares, rios, florestas.
Voa o pássaro, ausente, solitário.
Sorrindo, deixa penas de esperança
Aos humanos que não o sentem tão
Humano entre pedras, flores e sonhos de perfeição.
Heloísa Alves
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