Recordações

Lembro-me da alma da  criança

que saboreava frutas  em árvores,

e sentia  rotineiramente o doce aroma de lavanda.

De braços abertos ,

corria de cabeça  erguida ao céu e para o sol.

Companheira de  encontros valorosos

Tão preciosos como  diamantes.

Sonhava o retorno à imensa  praça,

Colorida com  santidade,

e vista apenas pelos pequenos.

Alma que encontrava o  calor carinhoso do sorriso aceito.

Do abraço  despretensioso.

Possuía uma pureza  que se encantava

ao sentir o balançar  do vento,

o cheiro da flor de  laranjeira,

com a delicadeza do canto de um pássaro,

às vezes, solitário  demais.

E mesmo assim  presente.

Penso ,naquela velha  alma, que dançava

,ao ver o chão  bordado em  flores.

Sorrindo, alegrava-se,com o seu cantinho de  ser paz,

o seu  coração.

Alma caminhante ,que  velhas lembranças da luz, ressuscita.

Vibra até mesmo, no  silêncio escondido,

na saúde de amor  vestida,

regada com o afeto da  borboleta aveludada.

No sentir atento, de  cada verde que brota

de uma semente  viva ,

Pensamentos  voltam

e trazem  para   perto

a esperança  da   eterna alma  criança

que   aplaudia  o balançar de folhas

caídas ,em  água   corrente,

em  rios  mansos, desejosos de paz.

Saudade que faz a  alma adormecer

e neste recordar  permanecer !

 Heloísa Alves