Heloisa Alves de Oliveira

Liberdade
Concreto

Liberdade
Há muros por toda parte!
Proletários, e corpos ricamente vestidos.
Um lugar feito de concreto, arte, racismo e Sol.
Depende do Olhar, da Alma de quem vê.
Muralhas de ilusão.
Onde a solidão brilha em passos marcados por suor.
Telhados nos muros do além.
E lá distante e tão perto, mora,
O balanço dos portões fechados para quem não pode sentar-se ali.
Recanto escondido da Alma a disfarçar
O constrangimento de sufocar o ser humana,
Ser pensante , inteligente.
Finge ignorância para não gritar a injustiça
E de vítima resultar-se algoz.
Tempestade de tijolos e cimento
Em uma rara visão de pertences fantasiosos.
Que se fecharam sem que a imensidão do céu fosse notada.
Na voz calada ,por insultos engolidos, na dor e vivências minimizadas.
Paisagem escassa transformada no desejo de estar do outro lado.
Neste cenário, falseado de posições invertidas,
Na ausência de estar em um mundo de muros,
Concreto e escuridão.
Nasce uma estranha liberdade para além
De ser humano, no surto psicótico,
Escutar o Gritar do pássaro
Que sim, sou pessoa,cor de pele não sou.
Heloísa Alves
COMENTÁRIOS