Foi palco do espetáculo "Arigatô... Sayonara", do Galpão 1 Erika Novachi, que sensibilizou o público ao retratar em dança a memória da imigração japonesa no Brasil. O teatro estava lotado e as pessoas saíram comovidas por uma apresentação que uniu sensibilidade, força e poesia em movimento.

A Dança como Elo entre Culturas

Mais do que uma simples apresentação, a noite se tornou uma verdadeira jornada. Através de gestos sutis e movimentos marcantes, os bailarinos conduziram o público por uma viagem feita de dança contemporânea, jazz dance e lyrical jazz. Cada coreografia representou uma imersão nas histórias de saudade, coragem e identidade que ressoam até os dias atuais.

A inspiração surgiu da história de vida da diretora e coreógrafa Erika Novachi, descendente de imigrantes japoneses. Sua experiência pessoal entre duas culturas, sem se sentir totalmente de um lado ou de outro, ganhou vida no palco, mostrando que a identidade é encontro, não separação.

Entre Despedidas e Reencontros

A obra, dividida em cinco partes, transportou o público do Japão ancestral aos dolorosos adeus, das travessias incertas às comunidades de acolhimento, até a celebração de ser completo na união de duas culturas. Cada momento da apresentação foi recebido com atenção, silêncio, suspiros e, ao final, muitos aplausos.

Celebração Brasil-Japão

A apresentação em Salto ocorreu em um ano especial: 2025 marca os 130 anos do tratado de amizade Brasil-Japão. O espetáculo também se tornou uma homenagem à trajetória daqueles que cruzaram oceanos e às raízes que hoje sustentam uma das maiores comunidades japonesas fora do Japão.

Arte Acessível, Arte para Todos

Outro ponto importante foi a acessibilidade: o espetáculo ofereceu audiodescrição e janela de Libras, garantindo que todos pudessem se conectar à beleza da dança. Uma escolha que reforça o propósito da companhia de tornar a arte verdadeiramente universal.

Circulação

“Arigatô... Sayonara” foi lançado em julho, em Indaiatuba, e já passou por Barueri, Ribeirão Preto, Jacareí, Mogi das Cruzes e agora por Salto. A circulação continua por Marília (20/09), Garça (21/09) e Votorantim (01/11). Sempre com entrada gratuita.

A noite de sexta-feira terminou com aplausos de pé e grande emoção. Porque o espetáculo não se limitou ao palco: ele permanece vivo em cada um que se permitiu ser tocado por essa dança que, mais do que narrar histórias, nos lembra que somos feitos delas.