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Belo Horizonte,01/10/2025

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    Adri Fernandes

    Teatro: a arte que consolida no palco a profundidade da vida

    Parabéns aos formandos da Confesso Escola de Teatro (BH/MG)

    imagem da internet
    Teatro: a arte que consolida no palco a profundidade da vida

    Os dois últimos finais de semana de setembro/25 foram dias de glória para os alunos da Escola Confesso de Teatro. Duas turmas concluíram o curso de capacitação profissional, com montagens de notável excelência no palco do Teatro da Cidade.

    Em 20 e 21/09/25, com casa lotada, foi apresentado o clássico O Pagador de Promessas. Escrito por Dias Gomes e apresentado em 1960, o texto foi adaptado para o cinema por Anselmo Duarte, sendo o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, na França, e o primeiro a ser indicado ao Oscar norte-americano. Na adaptação para a Confesso, Lucas Emanuel, diretor geral do espetáculo, apostou na dança e na musicalidade, convidando Raniele Barbosa para a direção musical. O resultado foi um trabalho que transbordava cultura brasileira, com uma sonoplastia (Saulo Moraes e Gabriel Zurck) que potencializou grandemente a ação dramática. Luiz Dias, diretor de arte, trouxe para o figurino, impecável, toda uma diversidade de elementos e simbolismos, a partir do reaproveitamento de tecidos e materiais. Também merecem destaque a iluminação magnífica assinada por Felipe Tristão. 

    A peça conta a história do lavrador baiano, Zé-do-Burro (Everton Dutra e Eduardo Ferraz), que, para salvar Nicolau, seu burro de estimação, promete a Iansã levar uma cruz de madeira, pesada, de seu sítio a Salvador, fixando-a no altar de Santa Bárbara, santa católica associada à orixá. Impedido por padre Olavo (Mano Ribas), que não reconhece a promessa feita em terreiro de Candomblé, e traído por sua esposa, Rosa (Manô Barbosa e Júlia Alcântara), Zé se vê envolvido em um emaranhado de disputas que terminam de maneira trágica. Neste contexto, o elenco conseguiu agregar leveza ao drama, em diversos momentos de alívio cômico, merecendo destaque as atuações de Sofia Machado (como Marli) e Ju Costa que interpretou com maestria a espalhafatosa baiana Minha Tia, saindo de cena para dar lugar ao pomposo e contido Monsenhor Otaviano. Everton, Manô, Ribas, Pedro e Reinaldo são os formandos desta turma, que também tem no elenco Adri Fernandes, Ana Luiza Saliba, Arlei Gael, Bernardo Gabriel, Beth Silva, Gabriel Albar, Ju Costa, Kayla Vic, Vitória Ribeiro e Wanessa Canazarte.

    Para Lucas Emanuel, “levar esse clássico ao palco é reafirmar sua relevância: uma crítica profunda e sensível à fé cega, uma homenagem à pluralidade do sagrado e às contradições sociais. Encenar O Pagador de Promessas é também um ato de resistência – uma convocação à reflexão sobre os limites entre crença, poder e justiça”.

    Nos dias 27 e 28/09/25, foi a vez de Outono: A Vida Inteira Agora. Ítalo Araújo, que assina a direção primorosa da peça, explica que o “espetáculo nasceu de muitas mãos, vozes e corações. É fruto de uma criação verdadeiramente coletiva, onde casa pessoa do elenco se implicou no processo: construindo personagens, entrelaçando histórias e abrindo espaço para que cada gesto e cada ideia ganhasse corpo no palco”. Envelhecimento é o tema apresentado pelo elenco incrível, que trouxe as máscaras da Comédia Dell’Arte como linguagem de conexão com o público, que interage bastante com os personagens. Também aqui temos a arte de Luiz Dias e a sonoplastia de Gabriel Zurck, agora com iluminação de Ismael Soares e preparação musical por Amanda Coimbra. 

    A montagem passa pelas lembranças de um grupo de idosos que vivem juntos e que, ressignificando o existir cotidiano, conduzem a plateia ao riso e ao choro, enquanto refletem sobre a fragilidade da existência. Entre dores e alegrias, celebrando “o tempo presente como um tesouro”, a peça trata de temas muito profundos com bastante leveza. No elenco, Aldo Vieira, Denise Troianni, Gabriele Araújo, Geovana Corrêa, Roberto Christovam, Kaíque Pinho, Lívia Cardoso, João Amorim e Rodrigo Silveira, sendo formandos os últimos três.

    Diversão, reflexão, emoção, aprendizado, encantamento, teatro é tudo isso e mais um pouco. É visceral, porque viver exige intensidade. É arte que consolida no palco a profundidade da vida.

    PARABÉNS AOS FORMANDOS!

    Faça teatro! A Confesso (@confessoescoladeteatro) está com matrículas abertas.

    E VÁ AO TEATRO! Valorize a arte!

      

      



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