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Belo Horizonte,01/10/2025

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    Adri Fernandes

    Jóia não é vendida em caixa de papelão.

    Cuide de sua aparência!

    Imagem da internet
    Jóia não é vendida em caixa de papelão. O estojo reflete o valor da jóia

    Na coluna passada contei o caso de clientes com problema de autoestima. Hoje trago uma história completa, que está publicada em meu livro A vida em palavras 3: a hipnoterapeuta que habita em mim saúda o inconsciente que há em nós; casos de consultório, publicado pela editora Multifoco e disponível também em formato pdf pela Hotmart.

    Boa leitura!

    *************************

    - Quero saber por quê eu tenho dedo podre pra homem.

    Ela, para variar, buscou a hiponoterapia porque queria fazer regressão.

    – Não existe isso de dedo podre.

    - Eu não dou certo em relacionamento, só arrumo tranqueira!

    - Isso é muito comum quando a gente tem a autoestima muito baixa.

    – É?

    – É!

    - É... Eu tô mesmo insatisfeita comigo, engordei muito de uns anos pra cá, tô me achando muito feia, meu cabelo não tá legal, não consigo nem fazer as unhas. Eu tô um lixo! Você pode me ajudar a emagrecer?

    - Emagrecer?

    - É, eu já fiz dieta, emagreço e engordo de novo, não gosto de fazer exercício, mas eu faço e não adianta. E eu passo muita vergonha.

    - Por causa do seu corpo? 

    - É. Eu entrei naqueles sites de relacionamento, conheci alguns caras, mas eles não gostaram de mim porque eu tô gorda. 

    - Eles disseram isso? 

    - Um falou que, pela foto, pensou que eu fosse mais magra e os outros não falaram mais comigo. 

    - Você não põe fotos reais? 

    - É real, mas de quando eu tava mais magra... 

    - Eita! Eita, eita e eita! Vamos por partes. Primeiro, vamos cuidar da autoestima, depois a gente vê sobre emagrecimento e, por fim, relacionamentos. Você tem compulsão por algum alimento ou bebida? Como estão seus exames? 

    - Não, eu como bem, mas é normal rsrsrsrs. Exames, eu só faço aqueles checkups da empresa e da última vez estava tudo ok. Posso falar uma coisa? 

    - Deve!  

    - Eu nunca tive um relacionamento que durasse, sabe. Relacionei muitos anos com um homem casado, tive um filho dele, depois cansei, não quis mais ele e nunca mais consegui namorar ninguém. Se eu emagrecer, vou me sentir mais bonita e acho que vou conseguir um relacionamento bacana. 

    Trinta e quatro anos de idade, bonita, muito malcuidada, autoestima no pé, insegura e dependente de afeto masculino. Que pacote! Minha proposta, explicada em todos os seus porquês, foi tratar a autoestima, a insegurança e a carência, o emagrecimento e, por fim, ajustar questões de relacionamento amoroso. 

    Para a primeira sessão, pedi que já viesse com o perfil no site de relacionamento todo reformulado, com informações reais de altura e peso e as piores fotos que tivesse, aquelas que mostrassem todo seu corpo gordo, as que ela mais odiava. Ela relutou, mas fez. 

    Primeira sessão transcorreu normalmente e na segunda já veio de unha feita e roupas melhorzinhas. Não tem autoestima que se sustente se você não se achar linda/o, e se para tanto você precisa de um banho de loja e de salão, que assim seja. Roupinha de malha puída, desbeiçada, em tamanho diferente do adequado não favorece amor próprio. E ela ainda chegou com uma novidade: alguns homens deram match no site de relacionamentos, o que a deixou radiante. Pedi que passasse a acompanhar influencers gordas para ver que elas têm vida afetiva normal, têm namorado, família, etc. 

    Na terceira sessão, contou que saiu com um dos match e o moço ficou encantado, disse que ela era muito mais bonita pessoalmente que nas fotos (entendeu por que é importante colocar as piores fotos e não as melhores?). Para quem tinha sido recusada várias vezes, imagine o quanto ouvir isso a deixou feliz! 

    Quando chegou a hora de planejarmos o protocolo do emagrecimento, ela não quis mais. Eu já esperava que chegasse nisso, mas não poderia falar com ela. E o que disse foi exatamente o resultado que eu pretendia: 

    - Sabe, Dri, aprendi que eu sou muito bonita do jeito que eu sou, que se eu me arrumar fico maravilhosa e se eu não me arrumar também tenho meu valor. Eu não posso depender de homem, de ter um relacionamento para me sentir bem. E eu estou bem! Tô conhecendo aquele moço, mas se não der certo também, vida que segue. Eu posso até mudar de ideia, mas se acontecer eu te procuro e a gente continua. 

    Perfeito!  

    Quase dois meses depois ela manda um zapzap. 

    - Dri, não deu certo com aquele moço, cara muito gente boa, mas queria uma esposa, teve a cara de pau de dizer que precisa casar porque faxineira é caro. Olha isso, Dri! To aqui pensando se fico um pouco quieta ou se saio com outro que tá no meu pé rsrsrsrsrs.  

    Depois de orienta-la sobre o fato de que site de relacionamento é apenas uma grande peneira, não é garantia de nada, de que vai encontrar todo tipo de homem e que homens “bons” podem ser ruins e que homens “ruins” podem ser bons, dei a missão por cumprida. E com louvor!

    É isso! Independentemente de querer mudar algo em você, seja e esteja sempre na sua melhor versão: cabelo feito, unha feita (sem gel, por favor), roupas do seu tamanho exato (não importa qual seja ele), batom, brinco, tudo que te faz se sentir feminina. Mesmo que você sinta necessidade de mudar, por saúde ou estética, a sua aparência precisa estar a melhor possível, porque inconscientemente as pessoas te veem e te tratam da forma como você se apresenta. Se estiver um “lixo” será tratada como tal, se estiver uma “princesa”, idem.

    Você já viu joia sendo vendida em caixa de papelão? Pois é, é o “estojo” que nos leva a nos interessarmos pelo conteúdo. Cuide de sua aparência!




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