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Belo Horizonte,01/10/2025

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    Confesso Escola de Teatro

    sete anos de formação, resistência e criação em Belo Horizonte


    Confesso Escola de Teatro Espetáculo Terrestre Foto Acervo Igor Cerqueira

    Entre bares, igrejas e confessionários: a origem do nome

     Fundada em 2018, a Confesso Escola de Teatro nasceu do
    desejo de dar corpo e consistência a um projeto pedagógico ousado: formar
    atores e atrizes capazes de pensar, sentir e transformar a cena. Em menos de um
    ano, a escola obteve credenciamento do SATED-MG, feito raro entre instituições
    tão jovens. Logo as primeiras turmas chamaram a atenção da classe artística
    mineira: havia rigor técnico, consciência de processo e um resultado final que
    surpreendia.

    A montagem A Revolta dos Perus, dirigida por Guilherme Colina, foi divisor de águas. Encerrando o primeiro módulo do curso profissionalizante, a peça lotou o Teatro da Cidade, estampou a capa do Estado de Minas e revelou que a Confesso não era apenas uma escola, mas um espaço pulsante de criação e efervescência.

     

    Recepção Escola teatral Confesso -Acervo

    O nome Confesso carrega a memória de uma experiência vivida
    pelo grupo ainda antes da formalização da escola. Durante a encenação de
    Navalha na Carne, de Plínio Marcos, os atores se apresentaram nos fundos de um
    bar, em frente à Igreja de Santa Efigênia, em Belo Horizonte. Entre o sagrado e
    o profano, a metáfora de “confessionário” apareceu como síntese da exposição,
    da verdade e da entrega que o teatro exige.

    Hoje, essa essência segue presente: a Confesso é lugar de
    desnudamento artístico, de revelação e de pertencimento. Prova disso é o
    glossário afetivo criado ao longo dos anos, com expressões como “virar a
    chave”,
    “respeita à produção” e “é junto, né, gente?”, ditos que viraram
    mantras e refletem a identidade coletiva da escola.

     

    Pedagogia viva: entre teoria, prática e vida


    O método da Confesso valoriza o espaço como território
    simbólico. Cada aluno é convidado a pensar o lugar que ocupa, a forma como se
    relaciona e a maneira como o corpo cria dentro desse contexto.

     

    ·      
    A formação é estruturada em três eixos:

    •        Monólogo individual, para o mergulho pessoal;
    •        Criação coletiva de rua, em diálogo direto com a
      cidade;
    •        Montagem final, dirigida por encenadores
      convidados, como Lenine Martins


    Essa abordagem garante pluralidade estética e promove
    contato com diferentes linguagens. A Confesso também se diferencia por oferecer
    formação para além do palco, preparando iluminadores, produtores, cenógrafos e
    técnicos. Para os coordenadores, um artista só é completo quando entende e
    valoriza cada parte do processo.

     

    Diversidade e acolhimento


     Um dos traços mais fortes da escola é a capacidade de
    dialogar com diferentes públicos. Crianças vivenciam jogos lúdicos;
    adolescentes encontram espaço para descobrir sua identidade; adultos se
    permitem o reencontro com a arte.

    Alunos neurodivergentes também são acolhidos, em parceria
    com acompanhamento psicológico. A proposta é adaptar o percurso sem perder o
    rigor artístico, valorizando a singularidade de cada trajetória.

      
    Depoimentos que confirmam a transformação


     As histórias de ex-alunos revelam a potência da Confesso. A
    atriz e produtora Maria Eduarda Cândido credita à escola não apenas sua
    formação como intérprete, mas também sua descoberta na produção cultural. Foi
    na Confesso que ela “virou a chave” para entender que a arte vai além do palco.

    Cada estudante deixa sua marca e leva consigo o senso de
    coletividade. O teatro não é visto apenas como espetáculo, mas como experiência
    de vida.

     

    A cidade como palco - Espetáculos que marcaram a trajetória


    Entre os módulos mais emblemáticos está o teatro de rua. Com
    máscaras inspiradas na commedia dell’arte e referências ao cordel, os alunos se
    apresentam em praças, calçadas e avenidas. Nesse contato direto com o
    imprevisível urbano — buzinas, transeuntes, crianças curiosas, vendedores
    ambulantes — aprendem que teatro é presença, escuta e improviso.

    É nesse choque entre palco e cotidiano que muitos artistas
    descobrem sua verdadeira força cênica.

     

    Espetáculo Cesarismo 2024 Marcus Neves Direção Guilherme Colina


    Ao longo dos anos, a Confesso produziu montagens que
    exploraram diferentes formatos e desafios:

    •        Crua, apresentada em uma antiga fábrica de seis
      andares, exigindo que o público percorresse os espaços junto com os atores, sob
      a direção de Guilherme Colina.
    •        Ópera do Malandro, de Chico Buarque, que
      mobilizou elenco numeroso e música ao vivo, sob a direção de Amanda Coimbra e
      Ítalo Araújo.
    •        Cesarismo, com 33 intérpretes e equipe robusta,
      consolidando-se como experiência grandiosa, este também sob a direção de
      Guilherme Colina.
    •        Espetáculo Os sete gatinhos, a primeira
      montagem do curso de capacitação profissional da Escola que se tornou sucesso
      de público com cinco temporadas, sob a direção de Guilherme Colina.
    •        Rinocerontes, espetáculo dirigido e adaptado por
      Henrique Vertchenko, baseado no texto de Eugène Ionesco, mestre do teatro do
      absurdo.)

     

     A opera do Malandro  foto: Jorge Pereira - direção Ítalo Araújo e Amanda Coimbra


    Mesmo os imprevistos viraram aprendizado. Em uma
    apresentação de A Revolta dos Perus, uma queda de energia foi solucionada com
    rapidez pela equipe, sem que o público percebesse — prova de profissionalismo e
    união.

     
    Gestão com poesia - O teatro e sua função social


    O equilíbrio entre sonho e administração é outra marca da
    Confesso. Guilherme Colina, com passagem por países como Estados Unidos, Itália
    e Portugal, trouxe repertório estético e experiências que ampliaram o horizonte
    da escola. Ao lado de Tatiane Reis, especialista em gestão cultural, estruturou
    uma base sólida para que a arte não se perdesse diante das dificuldades
    financeiras.

    A atual coordenadora, Vitória Cunha, é exemplo vivo do
    impacto da escola. Ex-aluna, hoje lidera a instituição com apenas 25 anos,
    conciliando produção e gestão sem abandonar o palco. Acumula mais de 50
    trabalhos artísticos, sendo prova de que a Confesso não apenas forma artistas,
    mas também líderes culturais.

    Em tempos de cortes de investimento, a Confesso resistiu com
    criatividade. Criou o Teatro Corporativo, que aproxima empresas da linguagem
    cênica, participou de festivais e ampliou parcerias com setores como saúde e
    turismo.

     

    Guilherme Colina e Vitória Cunha Foto: Amestia Produções- Foto Acervo 

    Para Guilherme e Vitória, o teatro em Belo Horizonte deve
    ultrapassar as fronteiras do palco e ocupar ruas, escolas e comunidades,
    transformando-se em ferramenta de encontro e resistência social.

     

    O que vem pela frente

    Os próximos capítulos já estão sendo escritos. A Confesso
    prepara:

    •        Circulação nacional de O Animal Agoniza, solo
      dirigido por Rita Clemente;
    •        O Festival Cultural de Natal Partilha, que leva
      teatro para comunidades descentralizadas;
    •        O Café das Três, projeto voltado à terceira
      idade;
    •        Novas produções infantis em desenvolvimento.

    Confesso: verbo, gesto e comunidade

    O verbo “confessar” significa revelar, entregar, expor a
    verdade. E é isso que a escola faz desde 2018: convida artistas a se despirem
    das máscaras do cotidiano para criar, experimentar e se transformar.



    A Confesso não é apenas uma escola de teatro. É
    confessionário, é palco, é resistência. É lugar onde a arte e a vida se
    encontram, e onde cada aluno descobre que o teatro não é só representação — é
    experiência, é partilha, é verdade.

    Em sete anos, a escola formou mais de 400 atores, realizou
    cerca de 80 espetáculos e produziu festivais, assumindo a gestão de espaços
    relevantes em Belo Horizonte. Mas mais do que números, a Confesso se define
    pelo espírito de comunidade que cultiva.















































































































































































    Confessar, para a escola, é expor-se, entregar-se, ser
    verdadeiro. É permitir que o teatro atravesse a vida e transforme pessoas. E é
    justamente isso que a Confesso tem feito: transformar palco em partilha, arte
    em resistência e sala de aula em experiência de vida.

    Conheçam mais em Grupo Confesso | Teatro (@grupoconfesso) Confesso Escola de teatro |https://www.instagram.com/confessoescoladeteatro/




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