A maior parte das renegociações envolve dívidas de pequeno valor, especialmente nas operações junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), abaixo de R$ 20 mil, disse a Pasta, em comunicado. A região Nordeste lidera o acesso ao programa em número de operações, seguida pelo Sul.

Entre as operações registradas, 72,8% foram de Dívida Ativa na PGFN, 8,2% de débitos com Fundo Constitucional no Banco do Nordeste, e 9,2% de passivos no Sicredi. O restante engloba operações com outras instituições, como Banco do Brasil, Caixa, BRDE, e com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Desde fevereiro, o Desenrola Rural foi acessado por 4,6 mil famílias assentadas da reforma agrária, que renegociaram mais de 5,4 mil operações de Crédito Instalação do Incra. O valor regularizado foi de R$ 60,9 milhões nessa modalidade.

“O Desenrola Rural é mais do que um programa de renegociação de dívidas: ele devolve dignidade e abre caminho para que agricultores e agricultoras familiares retomem o acesso ao crédito. Essa oportunidade significa voltar a investir na produção, garantir renda e fortalecer a economia dos nossos territórios”, afirmou, em nota, Vanderley Ziger, secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA.

O Desenrola Rural é voltado exclusivamente a agricultores familiares, pescadores artesanais, povos e comunidades tradicionais (como quilombolas e indígenas), assentados da reforma agrária e cooperativas vinculadas à agricultura familiar. O programa foi criado em fevereiro de 2025 para possibilitar a liquidação ou a renegociação de dívidas de agricultores familiares em situação de inadimplência.

Além de recuperar a adimplência e permitir o acesso novamente ao crédito rural por meio das linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Desenrola Rural fortalece economicamente a agricultura familiar, contribuindo para a sustentabilidade, a ampliação da capacidade produtiva e a geração de renda no campo, disse o MDA.