Há quem transforme a dor em silêncio. Ana Paula Duarte preferiu fazer dela um caminho de escuta, acolhimento e presença. Administradora, palestrante e mentora em saúde emocional, Ana é também uma mulher que viveu, na própria pele, os desafios de conviver com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). 

“Vivi de perto os desafios da saúde mental e, com minha trajetória, encontrei formas de superá-los.” relata.  Foi a partir dessa vivência que ela decidiu construir pontes — entre o que sente, o que entende e o que compartilha com o mundo. Seu propósito hoje é guiado em ajudar “pessoas e equipes a conquistarem mais equilíbrio emocional e bem-estar, unindo experiência e acolhimento para transformar ambientes e relações”.

Criadora do projeto Pausa com Ana Paula, ela oferece muito mais do que informação sobre saúde mental. Oferece presença. O projeto nasceu como uma resposta ao vazio que tantas pessoas sentem ao receber um diagnóstico, especialmente em contextos marcados pelo preconceito e pela desinformação. Em vídeos, textos e palestras, Ana cria um espaço onde é possível conversar sobre o TPB com clareza, empatia e humanidade.

Ana relata que essa iniciativa tem como diferencial oferecer um “ambiente autêntico, acolhedor e em constante movimento”. O objetivo, segundo a idealizadora, é “desmistificar o Transtorno de Personalidade Borderline e proporcionar apoio tanto a quem convive com o diagnóstico quanto aos seus familiares e pessoas próximas”. 

Foto: Arquivo Pessoal

A proposta do Pausa é simples e profunda: parar para sentir; parar para compreender;  parar para viver de forma mais consciente e com menos julgamento. Ana fala sobre regulação emocional, autoconhecimento e estratégias de enfrentamento com a naturalidade de quem passou por esses caminhos — e segue percorrendo-os todos os dias. Para ela as pausas representam uma grande força: “momentos de escuta, silêncio e autocuidado são como chaves para uma jornada de cura, crescimento e reconexão com nosso interior”.

Espaço para aprender, sentir e compreender

O projeto também nasce como um espaço de aprendizado e fortalecimento pessoal, oferecendo orientações práticas, caminhos possíveis para lidar com os desafios emocionais e uma comunicação acessível sobre a vivência com o TPB. 

De forma acolhedora, Ana estabelece uma conexão autêntica com quem a acompanha, trazendo um olhar sensível e profundo sobre o diagnóstico, o processo de autoconhecimento e o valor de cuidar da saúde mental com consciência e afeto. Ademais, ela busca ampliar o alcance desse saber, tocando vidas através de palestras, conteúdos e vídeos que inspiram transformação e despertam empatia.

“A ideia é humanizar a experiência, compartilhar vivências, desafios e vitórias pessoais, e ajudar a criar uma rede de apoio para quem enfrenta o transtorno, com leveza e amor”, diz.  

A serenidade que carrega em sua fala não nega a complexidade da jornada. Pelo contrário, revela a coragem de encarar de frente as nuances do emocional e transformá-las em aprendizado. Ana não romantiza o transtorno, mas também não o reduz a um rótulo. Seu discurso parte da experiência e se abre para a escuta de quem precisa ser visto.

Foto: Arquivo Pessoal

Hoje, com 38 anos, ela conduz mentorias individuais e em grupo com foco no desenvolvimento emocional. Um espaço seguro de acolhimento, com foco em desenvolver o autoconhecimento. Além disso, ela ministra palestras em empresas e instituições que desejam tornar seus ambientes mais humanos e saudáveis. Sua presença profissional é marcada por escuta ativa, empatia e um profundo respeito pelas histórias de quem a procura.

Sua atuação é guiada por valores que ela faz questão de viver: amor, autenticidade, esperança, resiliência e comunidade. E seu maior desejo é que ninguém mais precise esconder o que sente ou sentir vergonha de pedir ajuda. “Fui diagnosticada com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), e, apesar de todas as dificuldades, escolhi enxergar esse diagnóstico como uma oportunidade de transformação”, reflete. 

Ana é uma voz que propõe pausas não como interrupções, mas como escolhas conscientes. Pausas para refletir, respirar e, acima de tudo, para continuar com mais clareza, mais força e mais sentido. “Minha essência está na busca constante por equilíbrio, na valorização das pequenas alegrias e na transformação de desafios em aprendizado”, completa. 

Seu trabalho é uma extensão da própria história. Uma história que começou com o enfrentamento silencioso de uma dor interna, mas que hoje se multiplica em palavras, gestos e ações que alcançam, inspiram e acolhem.

E talvez seja essa a essência do que Ana oferece: um convite para transformar a vulnerabilidade em potência. Porque, como ela mesma diz, “a transformação começa de dentro”. E seguindo com esse propósito, Ana almeja um futuro onde a saúde mental é prioridade, o autoconhecimento e o amor-próprio sejam pilares para uma vida saudável, e que as pessoas encontrem leveza e beleza em viver, apesar das dificuldades.

Missão, visão e valores: a essência de Ana Paula Duarte

No coração do trabalho de Ana Paula Duarte pulsa uma missão clara: inspirar, acolher e transformar. Ser ponte entre a dor e a esperança, entre o diagnóstico e a descoberta de si, entre o silêncio e a escuta. Sua trajetória com o Transtorno de Personalidade Borderline não a limita — ao contrário, é o solo fértil de onde floresce sua entrega ao outro.

Ana acredita que é possível atravessar as tempestades emocionais com mais leveza, desde que exista apoio, afeto e informação. Por isso, criou seus canais e redes sociais como espaços vivos de partilha, onde histórias se encontram, dores se ressignificam e novos começos são semeados. Seu propósito é ser uma ponte de acolhimento e inspiração, ajudando as pessoas a se sentirem vistas, compreendidas e capazes de reencontrar a própria luz.

Sua visão se projeta para um mundo onde o Transtorno de Personalidade Borderline seja compreendido com empatia, e não julgado com medo. Um mundo onde a saúde mental seja prioridade, o autoconhecimento seja estimulado, e nenhuma dor precise ser escondida por vergonha. Ana sonha com uma sociedade que valorize a coragem de quem enfrenta desafios emocionais com verdade — e que ofereça suporte real para que essas pessoas possam viver com dignidade, equilíbrio e afeto.

Esse caminhar é sustentado por valores profundos, que guiam cada gesto e palavra que compartilha:

• Amor: como força que conecta, cura e transforma. Está presente em cada encontro, em cada conteúdo, em cada pausa.
• Empatia: o compromisso de escutar com o coração, sem pressa nem julgamento, reconhecendo a singularidade de cada vivência.
• Autenticidade: o cultivo diário da verdade interior, com todas as imperfeições que tornam a existência humana tão real e tão bela.
• Resiliência: a escolha de aprender com cada dor, de erguer-se após cada queda, de continuar acreditando mesmo quando tudo parece incerto.
• Esperança: como farol nas noites mais escuras. Ana acredita que há sempre um caminho possível, e que dias melhores florescem quando cuidamos de nós com gentileza.
• Comunidade: porque ninguém precisa enfrentar tudo sozinho. A força do coletivo é o que sustenta a travessia e nos lembra de que pertencemos a uma rede de afeto e cuidado.

A missão de Ana é mais que uma escolha profissional, é uma extensão de quem ela é no mundo. Um convite para parar, respirar, refletir e seguir. Porque transformar não é apagar a dor, mas olhar para ela com amor, com coragem, e encontrar, mesmo nas sombras, a semente da luz.

Foto: Arquivo Pessoal

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